Trabalho Inteligência Coletiva – Ana Plassman, Bianca Ogliari, Josiane de Souza, Maria Luiza Lago, Stephanie Machado e Tayná de Campos

O que você faz transforma o mundo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Curitiba/PR

20/03/2014

Sonhar Acordado – Tayná de Campos Soares.

Trabalho voluntário do nosso dia-a-dia – Stephanie Machado

Trote Solidário – Maria Luiza Lago

Pequeno Príncipe – Ana Carolina Plassmann

Grupo Marista – Josiane Regina de Souza

Bombeiros Voluntários – Josiane Regina de Souza

Hematologia e Transplante de Medula Óssea do Hospital Nossa Senhora das Graças – Josiane Regina de Souza

O sensacionalismo sobre o bem da massa – Bianca Ogliari Dutra

 

 

 

 

 

 

 

 

Baseado nos conceitos do livro Qu’est-ce le virtuel? De Pierre Lévy

 

 

 

 

 

 

Crowdfunding é muito conhecido internacionalmente e agora está ganhando espaço no Brasil. É um termo usado para justificar iniciativas de financiamento colaborativo. A ideia é que as pessoas contribuam com pequenas quantidades, com a intenção de viabilizar uma ideia, um negócio, projeto ou uma pessoa.

No Brasil, a maior comunidade de financiamento coletivo é o Catarse que completou nesse ano, quatro anos de existência. O Catarse foi inaugurado em 17 de janeiro de 2011 pelos estudantes de administração da Fundação Getúlio Vargas (FG), Luís Otávio Ribeiro e Diego Reeberg. Além dos dois estudantes, também colaboraram para a criação do site: Daniel Weinmann, Rodrigo Maia e Thiago Maia.

O Catarse foi lançado com cinco projetos, dois de jornalismo, um de literatura, um de design e um de dança. “É normal que no começo a gente fique com um pouco de medo e de fato eu tinha muito receio que desse errado. Na época eu era estudante, então não teria problemas maiores caso não desse certo. Fazemos faculdade para aprender e temos que tentar algo sempre que a ideia for boa”, comenta Luís Otávio.

Luís ainda complementa falando o motivo de criar o Catarse. “Acreditamos que propiciar encontros entre pessoas que compartilham valor e respeito de um projeto é a melhor forma de torna-los realidade e até incrementar seu potencial. Quando surgiu a ideia, eu fiquei durante seis meses viajando pra fora do país para poder me inteirar de como as coisas funcionam por lá e conseguir trazer isso para o Brasil”, diz.

Em três anos que o Catarse existe a empresa já havia feito mais de 400 projetos, Luís diz que a conta ainda não foi refeita, mas que eles já passaram dos 500 projetos.

Mas o termo crowdfunding não se aplica apenas no caso de empresas grandes como o Catarse. Crowdfunding aplica-se também a trabalhos voluntários, ONGs, associações, etc.

O trabalho voluntário começa a despontar no Brasil no início do século XX, a partir da necessidade de amparo e auxílio aos que precisavam. O maior motivo era em razão das epidemias desencadeadas de diversas doenças que acometiam a população mais carente. Inicialmente, o trabalho era realizado pelas mulheres, normalmente damas da sociedade ligadas à igreja católica. Aos poucos esse trabalho foi adquirindo outras dimensões e deixou de ser voltado exclusivamente para o assistencialismo das pessoas.

Após um tempo, passaram a surgir ações voltadas ao desenvolvimento da cidadania com trabalhos voltados para a educação, cultura e lazer. A partir dos anos 80 a sociedade começa a participar mais ativamente nas ações sociais e surgem as ONG’s.

No Brasil existem muitas pessoas que ajudam ao próximo, falaremos delas agora.

Sonhar acordado

  A ONG Sonhar acordado é uma organização internacional que atua junto a instituições, casas de apoio, hospitais e orfanatos. O objetivo da ONG é ajudar a transformar a vida de crianças carentes. A ONG foi fundada em 1998 em Monterrey, no México. No Brasil ela surgiu em 2000 através de cinco estudantes que queriam ajudar a crianças carentes.

Todas as pessoas que trabalham para a ONG são voluntários e eles dividem as tarefas através de programas contínuos e festas. A voluntária Letícia Pereira explica como funcionam os programas contínuos. “Nós temos três projetos, o Amigos para sempre, Sonhando Juntos e Preparando para o Futuro. Nesses projetos nós nos reunimos com os jovens e as crianças um sábado por mês”, explica.

Segundo Daniel Lestechen, voluntário para ajudar nas grandes festas, as festas tem como objetivo despertar um grande de número de jovens com o desejo de ajudar. “A ideia dessas festas não é apenas animar as crianças e jovens carentes, mas também animar a outras pessoas para que elas se tornem voluntários também”, comenta.

Alice Maria Martinez é voluntária há 3 meses e segundo ela, vale a pena. “Ser voluntário é ótimo. Nós vemos os problemas de outras pessoas e percebemos que às vezes, nossos problemas são muito pequenos. Participar dos programas ou das festas são dias inesquecíveis. Nós cantamos, dançamos, praticamos esportes… é muito legal. Além disso, as crianças carentes tem a oportunidade de comer um lanche bem gostoso e ganham um presente, uma lembrança”, diz.

Hoje em dia, a ONG Sonhar acordado está em 9 cidade do Brasil: Fortaleza, Recife, Brasília, Campinas, Jundiaí, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Joinville.

 – Tayná de Campos Soares.

                                                    Trabalho voluntário no nosso dia a dia

O trabalho voluntário tem se tornado um importante fator de crescimento das organizações não governamentais. Esse tipo de trabalho social vem ajudando o pouco investimento do governo em saúde, lazer e educação. Trabalho voluntário é uma profissão de prestigio, porque ajuda quem precisa,contribuindo para um mundo mais solidário e justo. E em entrevista com os alunos do curso de odontologia da Universidade Positivo, ficamos mais por dentro do voluntariado que o curso desenvolve dentro da Universidade.

Conversando com os alunos Jonas Gonchorosky de 24 anos e Bruna Luiza do Nascimento de 19 anos, presidente da Atlética de odontologia e Secretária geral do Centro Acadêmico, respectivamente, tivemos um conhecimento sobre os projetos sociais que estão em desenvolvimento pelo curso de odontologia.

Entre tantas idéias que surgem, os alunos listaram as principais ações sociais que já aconteceram e que ainda tem continuidade, e novos projetos que logo sairão do papel. As atividades sociais como “Calouro Cidadão” que em parceria com o curso de direito e de engenharia, realizam doações de sangue, atendimento odontológico, atendimento jurídico e reformas para as pessoas que não tem acesso fácil, nem condições de bancar esses benefícios oferecidos, diz Jonas Gonchorosky.

Acontecerá também a “Jornada Acadêmica”, que é de dois a três dias de palestras sobre em modo geral de voluntariado, ações sociais e de outras informações que interessam ao curso, e juntamente com a jornada, os alunos de odontologia estão arrecadando pastas e escovas de dente para crianças de creches e orfanatos, conta a Secretária Geral do Centro Acadêmico Bruna Luiza do Nascimento, que tanto ela como Jonas, afirmam que depois de realizam esses trabalhos voluntários a sensação é gratificante.

Agora também a Universidade Positivo começa a expandir suas ações com o “Trote Solidário”,um trote muito diferente daqueles que conhecemos,e com um objetivo muito mais benéfico. O Trote Solidário irá arrecadar alimentos, doações de sangue, abrirá um cadastro para a doação de medula óssea, isso irá envolver todos os cursos da universidade, um ponto forte em que Jonas e Bruna dão ênfase e acreditam que terá bons resultados, porque ultimamente a grande maioria das pessoas não se interessa muito por essas ações sociais, muitos estão preocupados por algo só do próprio interesse e não lembram que o próximo também precisa de ajuda.

Trabalhos voluntários existem muitos por aí, é uma bela relação em que um depende do outro, com o mesmo objetivo. Quanto mais voluntários, melhor a ajuda. Uma forma de viver bem, uma forma de ajudas a quem precisa.

Stephanie Machado da Silva

Vídeo complementando a apresentação: https://www.youtube.com/watch?v=Lw-kKv07PGo

 

Trote Solidário

  “Trote Solidário” é um modo de ajudar pessoas que necessitam de assistência pessoal, jurídica, de infraestrutura, etc. Ele foi criado com o objetivo de combater o trote violento e incluir calouros e veteranos para praticar uma ação social que beneficie pessoas necessitadas. É um exemplo de crowdfunding, pois é uma iniciativa de uma campanha sem fins lucrativos que reúne uma multidão de pessoas que apoiam suas ideias.

Guilherme Gonçalves Andreatta, 19 anos, Jonas Gonchorosky, 24 anos e Eduardo Hemming, 21 anos, fazem parte da atlética do curso de odontologia, do terceiro ano. De acordo com Eduardo Hemming, os outros cursos tinham um presidente da atlética e o curso de odontologia não, então foi criado um, com o objetivo de ajudar a formar equipes, organizar jogos, criação e treinamento da Bateria de torcida, etc. Esses três alunos também fazem parte do “Trote Solidário” que eles se integraram ano passado, numa doação de sangue.

De acordo com Jonas Gonchorosky, cada curso faz a sua parte: a odontologia cuida de pacientes que vêm se consultar na própria faculdade e a triagem, a engenharia cuida da parte estrutural de algum colégio com instabilidades, o direito ajuda nos processos jurídicos, etc. Guilherme é o presidente da Bateria, Jonas faz triagem e atende pacientes na universidade e Eduardo faz a divulgação.

O público do “Trote Solidário” são para crianças, jovens, nas creches, pessoas de baixa renda,etc. Será realizado semana que vem uma arrecadação de produtos de higiene dental para instituições carentes, segundo Eduardo Hemming, e no inverno terá uma campanha para arrecadação de agasalhos, doação de sangue no próximo final de semana, afirma Jonas Gonchorosky e triagem ( tratamento de pacientes em estado de emergência).

Quando indagado sobre o voluntariado em Curitiba, todas as respostas foram negativas. “Falta organização”, diz Guilherme, “muito pouco”, diz Jonas, “ falta incentivo”, afirma Eduardo. Segundo os alunos de Odontologia do terceiro ano, para fazer voluntariado há muita burocracia, pouca informação para se candidatar, preconceito da parte de quem vê o voluntariado como algo que não é necessário, falta de interesse, de materiais, de apoio financeiro, muitas vezes é preciso ter um projeto pronto para participar, de acordo com Eduardo Hemming, simplesmente, muita burocracia. Mas das pessoas que participam do voluntariado, há grande interesse e consistência em seus trabalhos, afirma Jonas.

O “Trote Solidário” recebe apoio do Instituto Positivo, de hospitais e dos próprios alunos, que foram os que fizeram essa grande ação social acontecer e ajudar milhares de pessoas.

 

– Maria Luiza Lago

 

 

Pequeno Príncipe

  O trabalho voluntário começa a despontar no Brasil, no início do século XX, a partir da necessidade de amparo e auxílio aos mais necessitados, sobretudo em razão das epidemias desencadeadas de diversas doenças que acometiam a população mais carente. De início este trabalho foi predominantemente realizado pelas mulheres, normalmente damas da sociedade, ligadas à igreja católica.

Aos poucos esse trabalho foi adquirindo outras dimensões e deixou de ser voltado exclusivamente para o assistencialismo das pessoas. Passaram a surgir ações voltadas ao desenvolvimento da cidadania, com a realização de trabalhos para a educação, cultura e lazer.

A partir dos anos 80 a sociedade começa a participar mais ativamente nas ações sociais e surgem as ONG’s – Organizações não Governamentais que vieram fortalecer ainda mais esse trabalho.

Localizado em Curitiba, o Hospital Pequeno Príncipe conta com a colaboração de diversos voluntários. Tudo começou em 1919, quando a história da instituição foi lançada. Atualmente, o Hospital conta com 298 voluntários regulares, dez funcionários de uma empresa, 70 alunos de quatro escolas, e um chef de cozinha que se dedica às crianças e aos adolescentes internados.

Esses voluntários exercem atividades de recreação, leitura, dobradura, dança, música, entre outras, nos ambulatórios, nas enfermarias e na brinquedoteca. E é o que faz Leonardo Henrique Machado (19), que é voluntário no Hospital Pequeno Príncipe, e logo no inicio da entrevista ressalta: “Não vejo minha vida sem o trabalho voluntário.” Há 1 ano, chega as 9h no hospital e sai 11h toda quarta-feira.

E quando eu perguntei como foi que ele decidiu reservar seu tempo para o trabalho voluntário, seus olhos brilharam, e me respondeu que ele sentiu que simplesmente precisava disso, precisava fazer o bem, e da a dica: “Todos deveriam praticar o voluntariado, ajudar da sentido a vida, da sentido ao amor.”

 

– Ana Carolina Plassmann

 

Grupo Marista

  Em entrevista por telefone concedida à aluna de Jornalismo da Universidade Positivo, Nilza Brenny- coordenadora de voluntariado dos hospitais Santa Casa e Cajuru- comenta sobre esse trabalho em Curitiba. A organização de trabalhos voluntários do grupo Marista começou a 8 anos no hospital Cajuru, já que, sentiam necessidade de amenizar os sofrimentos dos pacientes, ou seja, precisava-se de pessoas para fazer o bem e a diferença.

Nilza afirma com clareza que voluntários não substituem funcionários. Para ser voluntário, inicialmente, precisa-se fazer uma entrevista com a coordenadora, logo em seguida, é encaminhado para assistir uma série de palestras sobre cuidados com a higienização, infecções, cuidados com os pacientes, ética do grupo, normas e regras sobre o hospital. Nilza afirmou também que é preciso ter no mínimo 18 anos para participar. Vale lembrar que voluntários não ajudam pessoas em estado graves, com infecções ou pacientes escoltados. O trabalho nos hospitais acontece das 6:30 da manhã ás 17:30 da tarde de segunda a sábado- de noite e aos domingos não pode ter-.

Perguntei a coordenadora se as pessoas que fazem essa caridade tem trabalhos normais durante os dias, ela afirmou que muitos dos que participam, trabalham normal e no dia de suas folgas fazem o voluntariado- como exemplo citou um professor-. Em relação a importância do trabalho voluntário, a coordenadora fala que é humanizar o atendimento aos pacientes, os voluntários tem mais tempo de escutar os enfermos e os familiares, porque médicos e enfermeiros estão ali por precisarem do salário, é quase uma obrigação para os funcionários.

– Josiane Regina de Souza

 

 

 

Bombeiros Voluntários

  Bombeiros Voluntários de Presidente Getúlio- SC deram entrevista por e-mail de como funciona a organização de caridade deles, o assessor de imprensa Alex de Lima, respondeu todas as questões e com elas, várias fotos que serão mostradas em apresentação. A instituição é uma organização voluntária e contam com 40 Bombeiros, no qual entre esses bombeiros existem setores no qual muitos fazem parte e coordenam suas funções como: Educacional, Recursos Humanos, Assessoria de Imprensa entre outros.

A idéia da criação da organização começou a partir do momento quando algumas pessoas entre empresários e bombeiros da cidade vizinha (Ibirama) se uniram e criaram a corporação, visando que os Bombeiros Voluntários de Ibirama possuíam uma extensa área de atuação e levavam praticamente 1h30min para conseguirem chegar no local dos acontecimentos, na qual agora podem atuar e minimizar o tempo resposta de situações de emergências graves. “Estamos a 11 anos atuando em Presidente Getúlio. Fundados desde 15-12-2002” afirmou Alex. Quando perguntei como as pessoas procuram eles, Alex disse: “A população hoje vê que os Bombeiros são praticamente ou uma solução de muitas situações ou auxilio, exemplo, em emergências, urgências e auxilio do tipo, palestras, treinamentos, situações de cortes de arvores, enxame de abelhas, (retiradas) etc.”

Para atuar nos Bombeiros Voluntários, primeiramente existem os processos de inscrições, adaptações no curso, em seguida passam pelos treinamentos que são ministrados em cada curso separadamente: caso obter êxito, a pessoa atua como estagiário durante os plantões e passando em todas as fases, a mesma se forma como Bombeiro voluntário e posterior atuação efetiva. Os envolvidos trabalham sem remuneração e como diz o assessor “somente pela gratificação em poder ajudar a comunidade.”

Praticamente todos os Bombeiro possuem seu trabalho adicional como em malharias, empresas de todos os portes, possuem pessoas de todas as classes trabalhistas como: empresários, técnicos em enfermagem, enfermeiros imprensa, costureiros e costureiras, etc. Os bombeiros voluntários envolvidos nesse projeto ajudam nos horário de folga de seus trabalhos, fazem treinamento e recebem todos os cursos e atualizações necessárias para emergências

Os voluntários operam juntamente com a defesa civil em todas as situações de catástrofes ou emergências de grandes proporções bem como prestam auxílios para todo o estado em caso de chamado.

 

 

– Josiane Regina de Souza

 

 

Hematologia e Transplante de Medula Óssea do Hospital Nossa Senhora das Graças

https://www.youtube.com/watch?v=FkIM-o4-EhI

Um vídeo publicado no ano de 2012 com direção de Hermes Lima Ribeiro, no hospital Nossa Senhora das Graças em Curitiba, fez sucesso no mundo todo, no qual traz um pouco sobre a reflexão de voluntário. Hermes Lima Ribeiro concedeu uma entrevista por rede social nosso trabalho. O diretor é voluntário há 15 anos. Alguns dos trabalhos voluntários já feito por ele: trabalhou com separação de roupas e utensílios domésticos para os “homeless” em Saint Louis-MO, EUA, com entretenimento de criancas também em um orfanato nos EUA, ambos programas pela peacecorp, ja trabalhou com arrecadação de alimentos e utensílios domésticos para a Alcoa (Associacao das criancas orfas portadoras de AIDS), atividades com jardinagem para reconstrução de parques e canteiros pelo greenpeace, dentre outras atividades. Entretando faz 4 anos que Hermes se dedica apenas para medula óssea.

A idéia de criação do vídeo começou depois que Hermes escutou a música Stronger da cantora norte americana Kelly Clarkson, na qual o refrão se traduz: o que não mata, te fortalece. O entrevistado conta: “Durante minha viagem para buscar medula em NY em julho de 2012, era o hit do momento e a música ficou em minha cabeça. Quando voltei, ao tentar procurar pelo clipe no youtube veio tanto a oficial como um vídeo de Seattle Children’s hospital, cujo clipe também utilizava a musica por conta do refrão”. O vídeo citado pelo entrevistado, é feito em outro país com o mesmo assunto: a doação de medula óssea. “Ao mostrar para meu irmão que é um hematopediatra (inclusive quem me engajou em tal programa de medula), o mesmo gostou da música e resolveu questionar os pais dos pacientes e funcionários que quisessem se voluntariar para então gravarmos o vídeo”, afirmou.

Em defesa dos voluntariados o entrevistado afirma que os voluntários do Brasil não tem o respeito que merecem, são tratados como se fosse obrigação deles estar ali trabalhando. “Deve existir sim um compromisso e uma hierarquia para a concretização dos trabalhos, porém o voluntário deve ser devidamente alimentado, propriamente vestido e com os devidos equipamentos de segurança, quando necessários. Faz-se muito voluntariado para ficar bem na foto socialmente falando ou politicamente bem na foto, muitas vezes a causa é o menos importante. Creio que é um problema cultural e educacional”

Hermes Ribeiro faz viagens para buscar medulas e trazer para o Brasil para pessoas com compatibilidade. Cinco das sete medulas que ele já trouxe, os transplantes foram bem sucedidos. “Cada detalhe, voo, horas em claro, cansaço, enfim, é bastante trabalho para que a medula perfeita chegue bem e a tempo de ser utilizada para transplante, não há ganhos, é pura entrega, fazer o bem sem olhar a quem” afirmou. Ao final da entrevista ele comenta que o vídeo foi feito especialmente para as crianças que têm a infelicidade de ter a leocemia, uma doença que não escolhe, vem avassaladoura, e para terminar ele fala: ”algumas pessoas que aparecem no vídeo, infelizmente faleceram”.

– Josiane Regina de Souza

 

 

O sensacionalismo sobre o bem da massa

  Caridade é um sentimento ou uma ação altruísta, sobre bondade, benevolência, indulgência, perdão, compaixão e amor ao próximo, se faz de cada um o sentido.  Ajudar alguém sem busca de qualquer recompensa. Para as celebridades, diga-se de passagem, ter dinheiro não basta. Eles querem “ajudar quem precisa”. Ao contrário de toda palavra bonita, e de todo sensacionalismo por trás. Fazer caridade também é uma empresa.

O príncipe Harry, da Inglaterra, tem uma agenda de visitas em populações carentes, e a mídia nunca ficou de fora.

Diz a teoria do karma que tudo o que vai volta. Se ela realmente valer, um clube de famosos que faz benemerência mundo afora terá boa sorte para o resto da vida.

A atriz Angelina Jolie é outro exemplo: além de ter adotado um bebê cambojano, ela recebeu o título de embaixadora da Boa Vontade da ONU por ter ajudado – com dinheiro, inclusive – países como Egito, Congo e Camboja, além de contribuído na construção de um centro de tratamento de câncer em Londres.

A americana Ashley Judd também faz parte do clube dos benevolentes: foi ao Camboja para assistir vítimas de AIDS e começar uma campanha de conscientização da doença.

Já Will Smith, que foi à África do Sul lançar o filme Eu, Robô, aproveitou para encontrar o ex-presidente Nelson Mandela e discutir a participação na campanha da luta contra a AIDS. Também na África do Sul, depois de ganhar o Oscar como atriz, a sul-africana Charlize Theron fez questão de dividir o prêmio com a população.

Com o tempo as ordens se transformam e nós perdemos os sentidos básicos da vida – como a origem da palavra ‘ajuda’: a partir dela podemos ter esclarecimentos homéricos de economia, política, sociologia e até religião, uma vez que esses temas são tão difusos e ficaram tão rebuscados a ponto de muita gente não saber patavinas a respeito, como se já não houvesse um foco, justamente porque nossa memória coletiva (nossa crença na história) se torna uma espécie de queijo suíço, cheia de falhas, cheia de coisas que não nos disseram e que são básicas, nos faltam para entender o mundo como está neste instante.

Por isso buscar algumas etimologias é sempre enriquecedor por ser esclarecedor.

A questão é que dois erros não fazem um acerto, mas é incrível a frase da bíblia que diz que “deus escreve certo por linhas tortas”, afinal, caridade foi o triunfo para o sensacionalismo ao perceber o quão boa ela era.

A bíblia fala muito sobre o inferno.

Caridade é a capital do inferno. Dizem que alimentar necessitados só piora o governo.

Talvez por isso as crianças choram quando nascem. O inferno não é os outros, o inferno é não saber quem são os outros. O inferno é existir, debilitado, vivo, e não saber do antes, dos filhos, dos pais, de você. Não saber mais ver as horas no relógio. Não saber dividir, olhar a morte e não chamar pra vida.

Talvez sejamos mesmo bons selvagens.

“tempo é dinheiro”. Errado. O tempo é o tecido da vida.

Não se confecciona a vida, se confecciona na vida. A vida não é a roupa, a roupa faz parte da vida. Ajudar o outro não é um dever, é uma atitude que todos “poderiam” fazer, e não “deveriam” fazer. Esse tipo de consciência jamais deveria ser um dever em um país que busca a igualdade e que há uma religião tão forte pregando pela “ajuda ao próximo”.

– Bianca Ogliari Dutra

 

 

Leave a comment